quarta-feira, novembro 09, 2005

Saí de casa cedo, fui cuidar de papelada: essas coisas inúteis que as administrações dos países nos obrigam à fazer por alguma razão obscura que só eles entendem. Mas diferente das minhas experiências similares na França, fui recebida com um sorrizo, tudo se fez em 10 minutos e não me pediram nenhum documento impossível. Foi tão rápido e fácil que fui passear pelo bairro logo depois. Essa tal de administração fica do lado do meu museu amado MACBA (Museu de Arte Contemporânea de Barcelona). Esperando o MACBA abrir às 11h00, fui tomar um café no bar Original, que fica ao lado. E por acaso escolhi uma mesa verde , desenhada e rabiscada: Bahia; Jorge Amado, Teresa Batista Cansada de Guerra e Mar Muerto (?).

Mas sentada aqui com meu café con leche, meu documento estranho no bolso, me sinto, talvés pela primeira vez, uma verdadeira brasileira com resquícios de França, vivendo em Barcelona.


Mas nem tudo é tão fácil como o documento do empadronamiento semsentido. Preciso trabalhar, e pra isso preciso de uma conecção internet. E pra me conectar preciso de um telefone. Parece simples. Pedimos uma línea fija exatamente um mês atras. Por internet porque a instalação é gratis. Desde então telefonamos, fui à 3 lojas da telefonica, e ontém voltamos à telefonar quatro (!) vezes pra eles. E nada de telefone. Porque não encontraram o pedido; porque faltam informações; porque vão entrar em contato conosco. Porque sim. Entoncer pego o computo, boto na mochila, ando meia hora até o café das moças simpaticas com wifi gratuito, e o wifi não funciona. Pego o metro outra meia hora até o café maneiro na praia com wifi que funciona mas com o pior serviço do planeta. E a bateria do computo começa a reclamar. Então coloco ele de volta na mochila, volto pra casa sem meu café, e faço oferendas ao santo espanhol das companias telefonicas, porque sei que ele, sim, vai me conseguir minha conecção internet!