terça-feira, novembro 28, 2006

Dia Internacional da Não-Violência contra as Mulheres

Estou muito por fora dos acontecimentos cibernéticos importantes (ou menos importantes) porque como ando repetindo ultimamente, passei um longo tempo no hospital. Mas vi agora no blog da Alexandra, que achou no blog da Denise, uma campanha muito legal. Blogueiras contra a Violência Domestica. Dia 25 de Novembro foi o Dia Internacional da Não-Violência contra as Mulheres. E até dia 10 de Dezembro tem varias outras datas importantes. E é importante falar disso, e enteder isso, e apoiar qualquer campanha desse tipo. Esse ano na Espanha se esta falando muito sobre o problema, que esta feio. Mas esta muito pior em outros lugares. E quase nada é feito pra proteger mulheres contra isso. Ja vi amigas minhas com hematomas e olho roxo por causa de algum desentendimento com um homem que não sabe se expressar de outra maneira. Não vou repetir, porque Denise e Alexandra explicaram tudo muito melhor do que eu faria. Mas peço à vocês: vão la, dêem uma olhada, comentem, repassem, e pensem um pouquinho no assunto. Vale a pena.




segunda-feira, novembro 27, 2006

Ando meio emotiva esses tempos. Passar 6 semanas no hospital, mesmo sem ser a paciente, só dormindo na caminha de acompanhante, tem esse tipo de efeito. Fico toda chorona na hora de agradecer as enfermeiras, depois de falar com os fisioterapeutas, ou mesmo só pensando no cirurgião maravilhoso. Choro assistindo TV à cabo, mesmo sendo uma série bem bobinha. Posso até encontrar uma mensagem que muda a minha vida numa novela da Globo. Me apaixono por pessoas na rua, ou por velhos amigos. Me irrito com clientes que pedem mudanças em trabalhos que ainda não conclui. Sinto saudades de coisas idiotas, e medo de voltar pra casa.
Mas tenho orgulho em ter dado 2 meses de minha vida de presente à minha mãe. Porque voltei, mas não fui ver ninguém, nem visitar a minha praia. Fiquei aqui, o dia todo, todos os dias, esperando sua melhora, confiando nos médicos, trazendo copos de agua ou travesseiros, fazendo tricô. Uma vida um pouco sem sentido, mas dando um tempo só pra ela. Porque sei que ela merece. Afinal de contas, é minha mãe




domingo, novembro 26, 2006

Chique mesmo é ter uma maninha com fotos no museu mais bonito de Barcelona!
www.bacfestival.com/2-cccb.htm




Engraçado é gostar tanto, tanto de uma pessoa, sem nunca ter visto, sem nunca ter tocado, sem nunca ter abraçado. Mas dela, eu gosto sim. Fulana voltou!




terça-feira, novembro 21, 2006

Mas doutor, vai ficar uma cicatriz?

Quantas vezes essa é a nossa primeira pergunta. Fazemos de tudo pra não deixar uma cicatriz. Mas pensando bem, as cicatrizes são historias das nossas vidas, que ficam impregnadas no nosso corpo, na nossa pele.

Eu tenho varias. Uma na sobrancelha, do lado esquerdo. Quando eu era pequena, uns 5 anos provavelmente. Minha mãe estava lavando a garagem. Eu tinha uma vassourinha e um rodinho de criança. Acho que naquela época, antes do politicamente correto, as meninas ganhavam mini objetos de limpeza, pra aprender a serem mulherzinhas. Eu fui buscar meu rodinho, e na volta, descendo a escada, tropecei, e desci voando, até a curvinha em baixo, onde bati com a cara na parede. Não lembro muito bem, acho que uma vizinha levou a gente até o pronto socorro. Eu fiquei deitadinha numa maca, e o médico colocou um pano cobrindo o meu rosto, com um buraco em cima da parte à costurar. Eu lembro que pelo cantinho do buraco eu vi a agulha vindo em direçao à minha testa. Agora tenho uma falhazinha na sobrancelha.

Depois tenho uma marquinha no cotovelo. Quase que não da mais pra ver. Eu devia ter uns 12 anos, e estávamos fazendo guerra de agua na escola, na Inglaterra. No final do pátio, na frente da sala de ginástica. O chão era de piche, com bastante pedrinhas. E tinha um menino correndo atrás de mim, com uma bixiga cheia de agua. Eu, fugindo, escorreguei. Lembro do meu pai, mais tarde em casa, com um pinça, tirando as pedrinhas na minha pele. Tinha nas mãos e no cotovelo. Eu era magrela demais, então os cotovelos ossudos machucavam fácil quando eu caia.

Passaram muitos anos desde aquela época. Eu sempre dizia, toda orgulhosa, que fora os pontos na testa, eu nunca tinha estado em um hospital, nunca tinha quebrado nada. Devia ter ficado quieta. Um belo dia, já morando em Paris, estava lavando a louça. Tinha uma formiguinha passeando na minha pia. Eu não queria afogar a formiga, então fiquei observando ela, em vez de olhar para o que estava fazendo. Quando fui colocar um copão de vidro pra secar, errei. Ele bateu na quina da pia, e espatifou na minha mão. Foram 5 pontos em um dedo, e um buraco no outro. Bastante sangue espalhado pela casa, parecia filme de terror.

E três semanas depois, quando o dedo estava se recuperando mas continuava enfaixado, fui abrir uma latinha de milho. O roomeite que morava comigo olhou pra mim e perguntou se podia ajudar. Eu quis mostrar que já estava boa da mão, que podia fazer sozinha. Foram mais três pontos na outra mão. E algumas perguntas constrangedoras no hospital, que já tinham minha ficha...

E todas essas marcas que ficaram na minha pele na verdade nunca encomodaram. Não precisava aquela preocupação toda com as cicatrizes. Mesmo se naquela hora pareciam importantes.

A cicatriz mais recente na minha vida não esta na minha pele, ela esta no corpo da minha mãe. Vai de um ponto abaixo do seio, da a volta e chega até a metade das costas. Isso sim, que é cicatriz. E ela nunca reclamou, nunca perguntou pro medico se daria pra continuar usando bikini. Porque essa cicatriz salvou a vida dela. E quem se preocupa com uma marquinha dessas quando a vida de uma pessoa esta em jogo? Ela esta no hospital, se recuperando, pouquinho à pouquinho. E quando um membro da família fica no hospital, na verdade, nos todos ficamos. Estamos esperando pra ter alta um dia desses, e estamos esperando pra ver como vão ficar aquelas cicatrizes dela...




quinta-feira, novembro 16, 2006

Alguém conhece Chartres ? Uma cidadezinha linda, linda, que fica à uma hora e meia mais ou menos de Paris. Tem uma Catedral maravilhosa, que é conhecida pelo labirinto que tem, desenhada no chão. Muito interessante...