Esta ultima semana tive muito trabalho e muitas visitas. Dentro e fora de minha casa. E trabalho e visitas são coisas bastante incompatíveis. Agora que a semana terminou, vou fazer tudo o que não fiz durante esse tempo todo. Então essa nova semana será bastante ocupada também.

Mas a vida é boa, o amor existe, e o mar faz chuá, chuá, chuá.

E descubro novos blogs.

Fui, e voltei, e gostei muito, e trabalhei, e conheci um pouco mais da cidade, um pouco mais de meu cliente amigo, uma blogueira maneira, o e aeroporto novo. E foi muito bom.
Trabalhei muito, e a única vez que sai pra passear esqueci a maquina fotográfica. Resultado: só tenho fotos do aeroporto. E não tenho vergonha na cara! Porque Madrid é linda. Preciso voltar, e conhecer mais, e passear mais.

Recomendo: Restaurante Ene (que tem um site maravilhoso) e para quem curte carne, o Casa Paco (que não tem website).

Nobel da Paz 2006

Quando eu era pequena, o meu melhor amigo era o filho da empregada da vizinha. Ele era lindo, chamado Adriano, e nos dois juntos, fazíamos uma imagem United Colors, a menina loirinha, e o menino negro. A vizinha brigava com a minha mãe, dizendo que isso não se fazia. Mas minha mãe me defendia, e deixava o Adriano brincar comigo.

Naquela época eu dizia aos meus pais que os pobres eram muito mais legais, e que eu não gostava de ricos. Talvez eu até tinha razão:

Você sabe alguma coisa sobre o Mohamad Yunus, aquele homem simpático que ganhou o premio Nobel da paz 2006? Aprendi um pouco sobre sua historia esses dias. Era professor de Economia, e um dia seus alunos fizeram um projeto com um grupo de mulheres pobres. Conversaram com elas, perguntaram o que fariam com alguns dolares, em termos de projetos de business. As ideias destas mulheres pareciam boas, pareciam viáveis. Os alunos prepararam business plans correspondendo aos projetos delas, que apresentaram ao professor Yunus. Ele, por sua vez, resolveu reunir em sua casa o grupo das tais mulheres, junto com seus alunos, e alguns amigos banqueiros. As mulheres apresentaram seus projetos, os alunos explicaram os business plans, e Yunus perguntou aos banqueiros se nao poderiam emprestar o dinheiro que elas pediam. Afinal de contas, os busienss plans provavam que estas mulheres tinham ideias boas. Os banqueiros, sendo banqueiros, responderam que não seria possível, pois elas não tinham nenhuma garantia, e no mundo dos bancos, simplesmente não existiam.

Yunus mando seus amigos para aquele lugar, e distribuiu pequenos empréstimos às mulheres. Elas pegaram seus poucos dolares, criaram suas pequenas empresas, e a grande maioria funcionou perfeitamente!

Yunus comparou a percentagem delas que conseguiu devolver o dinheiro, com a percentagem de grandes empresas e a percentagem de gente normal (as que existem para os bancos) que pagam as dividas dos empréstimos. O incrível é que elas eram muitissimo mais rentáveis. Conseguiam devolver a grana toda, com os interesses. E sendo que os empréstimos iniciais eram pequenos, o perigo para o professor era muito pequeno.

Com o resultado dessa experiência, Yunus resolveu fundar um banco de micro empréstimos à pessoas sem garantias. E ai esta o Grameen Foundation, crescendo desde 1976 até hoje.

Yunus também gostava de pobres, assim como eu, no auge da minha sabedoria, aos meus 6 anos.

(Mais informações sobre Yunus no site do Forum em breve...)

Voltei à trabalhar na galeria, voltei à fazer o site deles, que andava muito parado. Com a ajuda de dois designers graficos fofos, estamos no ar. Pelo menos a primeira versão, porque ainda falta...

A vida freelance não e fácil não. As pessoas acham que trabalhar em casa e legal, que a vida é tranquila, que da tempo de fazer de tudo. Acontece que frila não tem ferias, não tem horário e não tem vida própria. Tem horas em que não existe trabalho, e você tem que economisar, se apertar, e esperar. Outras vezes vem um monte de trabalho ao mesmo tempo. Durante as férias de Agosto, por exemplo, numa linda casa de campo no sul da França, com um sol maravilhoso, e um monte de gente na piscina, estava eu colada no computador, dentro da sala, sozinha sozinha. Voltei pra casa branca azulada. Depois fui pro Brasil cuidar da minha mãe, e acabei não fazendo muitas coisas que devia ter feito. Mas não fiz, e quando voltei já não tinha mais nada de trabalho. Esta tarde, no espaço de 10 minutos, apareceram 3 projetos. TRÊS, em dez minutos. Juro. E todos precisam estar prontos ao mesmo tempo, claro. Pois bem, agora não tem mais mamata.

Um dos tais projetos vai me pagar uma passagem pra Madrid, e uma estadia de 3 dias nesta cidade linda. Já viajei muito à trabalho (pela Europa, ao Brasil, Índia, Turquia, Marrocos, ...) mas sempre fui porque representava a universidade onde trabalhava, ou porque estava levando os alunos, ou indo à uma conferencia. Agora vou por mim, sozinha, representando eu mesma, e meu próprio trabalho. Gente coisa é outra chique.

O legal disso tudo é que o tal projeto madrilhenho vem de um dos homens que eu mais admiro, que por acaso é casado com a mulher mais fantástica do planeta. E isso não é um exagero. Juro. O Casal 20. Ele vem de Israel, e dedica sua vida à paz entre Israel e Palestina. Dedica sua vida à um dos maiores problemas dos nossos tempos. E consegue resultados. E continua batalhando. Ela é fotografa, muito, muito cheia de talento, e também dedica muitos projetos à paz. Se você colocar o nome dela, ou dele, na google, vai encontrar muitas paginas. Porque eles são realmente incríveis. E são pessoas simples, com quem eu já passei dias batendo papo, falando sobre filhos, sobre feminismo ou sobre o melhor método de limpar o chão da cozinha. E saio da casa deles sempre inspirada, querendo ser uma pessoa melhor, querendo fazer mais, viver mais, aprender mais. Existe coisa melhor?

Fiz o site dela faz tempo. E o dele comecei em 2005, com a ajuda de um moço fofo, e agora vamos colocar ele em dia, agitar, e fazer com que seja conhecido e apoiado. Então, por favor, visitem, lêem, coloquem links, indiquem. E fiquem de olho, porque logo, logo, ele vai mudar!

Nessas horas vejo que trabalhar de frila tem seu lado bom! Viva o frila!

Não gosto de vomitar. Não gosto mesmo. Esses dias passei mal. Mas em vez de vomitar e terminar logo com o problema, prefiro ficar duas horas sentada no chão gelado do banheiro, olhando a privada, com o rosto passando por vários tons de verde, mas tentando me convencer de que aquilo não é náusea, que não tem nada a ver, e que se eu esperar um pouco, logo vai passar. Não passou, claro. Nem aquela noite, nem durante todo o dia seguinte. Mas sou masoquista. Prefiro ficar daquele jeito do que resolver o problema da maneira mais natural e simples do mundo!

Agora estou bem melhor, já comi varias fatias de pão, bebi agua e coca cola (dizem que limpa tudo, né?). Da próxima vez, juro que vou conseguir, vou resolver o problema rapidinho.